Hurb 480 A.C — Direitos e Deveres

João Ricardo Mendes
9 min readSep 8, 2023

Estava relendo nossa carta de Internacionalização do Hurb que escrevi em 2021 que foi adiada por conta do COVID. Chamamos de Projeto Macedônia, ficamos 13 meses reescrevendo o código do zero, super bem orquestrado pelo Zana.

Ali, achava que estávamos prontos, ainda bem que não fomos, pois não duraríamos muito tempo com os persas, tínhamos muitos “gregos” fantasiados de “Espartanos” e isso vejo hoje, pois um Espartano volta com seu escudo ou sobre ele, infelizmente até Espartano as pessoas conseguem fingir ser por Money, mas não dura, o escudo é pesado, e o agoge então.

Ser espartano é uma escolha, mas não é uma escolha fácil. Segue parte da carta em 2019.

Na pior das hipóteses voltaremos após alguns anos cheios de cicatrizes e aprendizados. E essas cicatrizes, em 30 anos, serão testemunhas do que vivemos e recompensa do que conquistamos. No Hurb valorizamos os prognosticadores que tenham cicatrizes pelo corpo em função de seus erros de prognóstico. Assim é o nosso time.

Antigamente, o privilégio vinha junto com as obrigações. Você quer ser um senhor feudal? Você será o primeiro a morrer.

Você quer a guerra? Primeiro enfrente a batalha.

Diferente da grande maioria das empresas que existem por aí, é assim que definimos a nossa liderança. César, Leônidas, Alexandre (Felipe antes ) e Hannibal estavam no campo de batalha. O último, dizem, que era o primeiro a entrar e o último a sair.

George Washington também foi para a batalha — ao contrário de Bush e Trump, que jogava vídeo game enquanto ameaçava a vida de milhares de pessoas.

Churchill demonstrava um enorme grau de coragem física. Eles estavam envolvidos, eles acreditavam. O status envolvia a assunção de riscos físicos.

Essa é uma das principais diferenças que vejo nos Espartanos do Hurb, muitos deles fazem o que chamo de trabalho invisível, aquele trabalho que ninguém vê, e a recompensa é o fato de fazer metade do país viajar, uma classe baixa que nunca sonhou com isso e usando nosso playground favorito, a tecnologia.

Esse é um diferencial intangível, que não se copia e que nos permite dar esse passo, que muitos podem falar que é um passo “maior que a perna”. Mal sabem eles que o passo é sim, muito maior que a perna.

Em tempo, temos um carregador de piano “ingênuo”, porém que desde sempre soube que empreender vem com bônus e ônus (os pseudo empreendedores da minha geração esqueceram isso), recentemente em um claro caso de “desconhecimento do negócio” (para não chamar de burrice ou falta de carácter, sendo educado) nem comparecerem ao receberem convite para depor para uma Comissão CPI. Colocam empresários ou com problema de memória ou despreparados para depor, como se os coitados fossem responsáveis pela burrice ou má fé dos pseudo empreendedores do 3, 2,1.

Com que cara esses malucos olham pro time?

Como deixam alguém os chamarem de líderes? Só falta mandarem uma “CMO” (pois mulher tem mais coragem que homem, MUITO MAIS) depois no lugar deles enquanto andam de ferrari e tem 11 empresas com capital social de 200 mil reais.

Desculpa vou tomar alguns esporros (com razão) por escrever isso mas simplesmente não aguento, é uma afronta a nova geração que está chegando, garotada, eu pintei 2 quadros e pinto 3 4, nesse terceiro por motivos de caso fortuitos errei e eu só saio da minha posição morto, ou incapacitado.

Se sou chamado para uma CPI serei o primeiro e chegar e o último a sair (igual em tudo que fiz na vida) e digo mais NÃO É PORQUE SOU O CONTROLADOR DA EMPRESA, MESMO SE EU FOSSE UM DIRETOR, QUE ESTAVA LÁ QUANDO O PROBLEMA OCORREU, MEU MANDATO PARA MIM É SÓ DEVOLVER A BOLA REDONDA, ENTÃO ISSO VAI PARA OS DA “ALTA LIDERANÇA” QUE DE TÃO ALTA FICAVAM NUMA TORRE DE MARFIM.

Líder mesmo é quem está na linha de frente, que coloca o dele na reta, conta centavo, fica sem dormir, se indispõe com fornecedores ou funcionários preguiçosos, sim, nem todo mundo vai gostar de um líder de verdade, vira lata, que faz de tudo, não aponta goteira, conserta, eu me acostumei a ser criticado dentro do próprio “meio” ***ESSE NÃO É MEU MEIO, EU QUERIA TER O PRIVILÉGIO DE FALAR QUE FUI DA GERAÇÃO DO DR. OZIRES SILVA. Fui criado por meus amigos (em deles nosso GC e Espartano com E maiúsculo Otávio) e meu mestre Renzo Gracie, que não me ensinou cálculo (até porque matemática sempre foi a parte mais fácil) mas me ensinou o que nenhuma Ivy League ensina. Se quiserem aprender dá tempo, fica na 30st entre a 7 ave e a 8.

Minha geração começou fazendo uma empresinha, alguns deram a sorte de vender por um valor que os torna classe média, vivendo como se fosse classe AAA mas com o “nome” e um belo treinamento. Vendendo curso de pastel de vento acabam comprando uma bmw branca e andando de vila breca pela Dias Ferreira, com raras exceções desses, pouco aparecem, e.g os fundadores do Descomplica, nunca os vi na vida e sou um GRANDE fã.

E eu sou criticado por “me expor demais”, por isso que eu durmo pouco mas com a consciência sempre tranquila, pois essa não foi nossa primeira crise e não será a última, até porque vamos fazer a Space Z ou Interestelar Inceptions antes do que vocês imaginam. Ou acham que “rocket science” é realmente impossível?

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O que falta para esses mimados?

Menos MBA, menos jargão e mais leitura, mais mão na massa, mais coração, mais empatia, mais CORAGEM, CORAGEM e mais humildade.

Seu cérebro assume que o ambiente atual é perigoso na proporção do número de coisas que ocorreram em sua vida que você não conseguiu entender. Então, quanto mais coisas você não compreendeu, mais perigoso foi seu ambiente anterior.

O preço que você paga por isso é que fica mais ansioso, e não só isso, você produz mais hormônios de estresse, especialmente cortisol.

O problema de produzir excesso de cortisol é que ele envelhece. Você precisa produzir um pouco, isso te ajuda a acordar pela manhã, mas se produzir em excesso, te faz envelhecer.

É interessante contemplar isso, pois muitas vezes não pensamos sobre o propósito da memória.

Acreditamos que o propósito da memória é lembrar do passado, mas na verdade, o propósito da memória é extrair informações do passado para não repetirmos os mesmos erros. E é assim que suas memórias são construídas e como sua mente olha para o passado.

Você usa suas experiências passadas para mapear o mundo e orientar-se no futuro.

Isso é a derivação da sabedoria do passado. Assim, uma vez que você domina o fogo, por exemplo, você não precisa se queimar. Mas se há algo em seu passado que ainda te perturba, significa que, emocionalmente, você não dominou aquele evento. Você precisa revisitar aquela memória e entender sua vulnerabilidade naquela situação.

Ao se aprofundar no passado e fazê-lo cuidadosamente, você pode encontrar e superar esses eventos não resolvidos. Isso tornará seu mapa mental mais detalhado, aumentará sua habilidade e diminuirá seus níveis de estresse.

Também é útil fazê-lo de uma perspectiva conceitual, pois você está tentando mapear sua jornada na vida. Somos criaturas em constante movimento, sempre indo de um ponto A para um ponto B. E é importante não só saber para onde está indo, mas também onde está agora. Se você tem muitas coisas não resolvidas em seu passado, fica difícil mapear seu caminho para o futuro (digo por experiência dos meus últimos 2 anos)

Eu encorajo as pessoas a enfrentarem e refletirem sobre o passado. Escrever sobre isso, por exemplo, pode te ajudar a trazer clareza e resolver as questões pendentes. No entanto, não precisa ser perfeito, mas você definitivamente precisa confrontar essas coisas.

Além disso, identificar suas virtudes e falhas link de texto que escrevi sobre “o babaca que eu fui um dia” é essencial.

Embora falemos de falhas no mundo moderno, raramente falamos de virtudes, o que é um termo meio antiquado. Ao identificar suas falhas, você pode remover os obstáculos do seu caminho. E ao identificar suas virtudes, você pode capitalizar sobre elas e avançar.

Existe um fundamento existencial em conhecer a si mesmo. E ao enfrentar o sofrimento e a malevolência do mundo, você pode encontrar um significado que sirva como um alívio para esse sofrimento.

No Gênesis, quando Deus cria o mundo a partir do caos, ele decide falar a verdade e interagir com o potencial caótico para produzir uma ordem habitável. E é à essa imagem que fomos criados. Esse é um grande conto e todos nós acreditamos nele, pois tratamos uns aos outros dessa forma e baseamos todo o nosso sistema político nessa ideia.

E ao ser confrontado com escolhas em sua vida, você deve seguir o que chama sua atenção, um profundo instinto por significado. Mas é preciso humildade para seguir esse instinto.”

Voltando ao Hurb, você certamente conhece pessoas notáveis em sua vida, pessoas que fazem coisas extraordinárias, e elas são notáveis justamente porque foram impulsionadas pela necessidade. Foram forçadas pela necessidade de ir além do que eram, e quem sabe qual é o seu limite?

Eu achei que já tinha visto de tudo, mas vi MBA de Kellogg (mais de um) com mais de 1.3 bilhões em caixa, trabalhando tremendo, talvez por eu colocar pressão, não sei, mas como se o COVID fosse o inferno, é o inferno.

Um dia não aguentei e falei: “o inferno é quando você descobre que tem câncer e fica amargo e ressentido, vivendo seus últimos 6 meses de maneira horrível, reclamando e culpando o mundo!?”

Você pensa que tem câncer, que isso é péssimo e provavelmente injusto, mas vai enfrentar essa situação com dignidade e integridade?

Sabe quando você vai encontrar significado na sua vida assumindo a máxima responsabilidade, e isso será extremamente difícil porque você se sente inútil. E quando a tempestade chegar, você não vai querer ser derrubado pela primeira onda de quatro pés, e isso já é um começo.

Ou vai deixar a situação piorar ainda mais? Claro, você deve aceitar o que vem até você e, talvez seja injusto, mas é melhor do que a alternativa. E o que a justiça tem a ver com isso?

Segue Tyson com poucas palavras falando sobre o tema: Tyson about Life.

Megalopsiquia (um termo expresso na ética de Aristóteles) significa “grandeza de alma”, é um senso de grandeza que foi substituído pelo valor cristão de “humildade”. Em árabe, é chamada de “shhm”, que significa “não pequeno”.

Não há nenhuma palavra para ela nas línguas atuais. Se o indivíduo assumir riscos e enfrentar seu destino com perseverança, nada do que possa fazer o tornará pequeno. Se não assumir riscos, não há nada o que fazer para se tornar grande, absolutamente nada.

“Glory crowns the deeds of those who expose themselves to toils and dangers.”

Nos vemos todos os dias enquanto estivermos na travessia, pois para sair de uma travessia temos que ser melhores do que pensamos que podemos ser. Isso é muito difícil, eu acho. Inspiração, talvez. Como podemos nos inspirar para a grandeza quando nada menos serve? Como inspiramos todos ao nosso redor?

Acredito que é pelo exemplo contínuo, regrado, consistente aliado a uma vontade de fazer pelo companheiro, de olhar no olho de todos que trabalham na empresa, que vai ser a MAIOR empresa de Tech da América Latina.

Olha no olho do companheiro de trabalho e fala que você tá com ele porque sabe que ele está com você até o final. Fazendo isso de forma genuína, não depois de um “e-mail”. Formaremos uma máquina irrefreável, impactando todos ao nosso redor e, acreditem, se tem uma história que eu quero contar para os meus netos é essa: os meses que fomos contra todos os “odds”, simplesmente porque não desistimos.

Muitas vezes para aprendermos algo doloroso, uma parte de nós tem que morrer. A vida é processo constante de morte e renascimento e participar desse processo se chama crescer. Passar por esse processo de forma voluntária é uma escolha difícil, “Não sou tão bom quanto eu poderia ser, deixa essa parte de mim morrer e renascer”.

Esse processo dói, mas o que vai nascer disso é algo melhor.

Como o Piloto mostrou, vamos ganhar esse jogo brigando por cada centímetro, “inch by inch”. Porque no final é o cara que está disposto a morrer por esse segundo, por esse milímetro é que vai sair vencedor, e eu estou MUITO.

Para os 300,

Joao

480 A.C

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João Ricardo Mendes
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Written by João Ricardo Mendes

Hurb.com CEO and Founder. Be curious. Read widely. Try new things. What people call intelligence just boils down to curiosity.

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