A Verdadeira Honestidade Intelectual

Em nossa jornada através da busca pelo conhecimento, a desonestidade se ergue como um iceberg de duas faces: uma que profere inverdades, e outra que busca intencionalmente iludir os outros. É possível navegar nas águas conturbadas da desinformação sem ter a intenção de enganar, assim como é factível confundir outros sem necessariamente mentir. Porém, em ambos os casos, faltará a essência vital da honestidade.

Por outro lado, a desonestidade intelectual, esse espectro sombrio que se infiltra em nossas mentes, pode residir em nós mesmo quando não deslizamos pelas sendas da falsidade ou do engano. Imagine-se como um alquimista do conhecimento, realizando experimentos que, na maior parte das vezes, conferem com suas previsões. Mas há aquele momento singular, um acidente quase inócuo, onde algo não se alinha conforme planejado.

No relato jornada, você opta por camuflar essa falha como uma exceção misteriosa, minimizando seu significado: “Funciona como um encanto, na maioria das vezes. Tivemos apenas um pequeno desvio, cuja complexidade desafia uma explicação direta.” Aqui, não há falsidade, nem intenção de ludibriar, pois você genuinamente crê na precisão de suas teorias.

No entanto, isso é uma forma oculta de desonestidade intelectual, pois a integridade intelectual não se contenta em apenas estar certo — ela demanda que vasculhemos incansavelmente todos os cantos escuros de nossa mente e trabalho, em busca de qualquer prova que possa abalar nossa certeza. É por isso que ela solicita que revelemos nosso trabalho a plena luz do dia de forma mais aberta possível (normalmente sem filtros e para TODOS), para que outros possam inspecioná-lo e verificar se estamos negligenciando algum detalhe crucial.

A transparência não é apenas uma mera opção, mas um dever. Distribuir antecipadamente os materiais para discussão em uma reunião é um hábito altamente recomendável, embora raramente adotado. Portanto, não importa quão árdua seja a jornada, vamos acolher a honestidade intelectual como o farol que nos guia em nossa incansável busca pelo conhecimento e pelo nosso tão buscado “Norte”.

“Reports that say that something hasn’t happened are always interesting to me, because as we know, there are known knowns; there are things we know we know. We also know there are known unknowns; that is to say we know there are some things we do not know. But there are also unknown unknowns — the ones we don’t know we don’t know”.

Joao R Mendes